De quando em vez, encontro na estrada
Uma mulher idosa, séria e esguia.
Na cabeça, uma toalha avermelhada;
O rosto, empedernido em demasia.
Em cada esquina, cumpre sua jornada,
A remexer o lixo em anarquia.
A catar trapos rotos e fasquia,
Segue velho burrico a desgrenhada.
Dizem que vende e gasta seu dinheiro.
Penso, então, no seu triste e vão roteiro
E na filosofia do universo.
Durante minha vida na alameda,
Troquei muita migalha por moeda,
Seguido apenas pelo pobre verso.