segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DESCONSTRUÇÃO


Desconstruo meu “eu” todos os dias,
Todos os dias morro e após renasço;
Depois, junto pedaço por pedaço,
Desfaço-me das dores e alegrias.

Quais árvores em plenas invernias,
Perdem folhas e flores no cansaço;
Dispo meu ser do trapo velho e lasso,
Das esperanças mortas, nostalgias.

Sou um vaso vazio, repousado,
Silencioso e só, cônscio e desperto,
Visando o novo, enfim desabrochado.

Esqueço-me do ontem, de outrora;
Serei planície verde, após deserto,
Nascer e renascer em cada aurora.

domingo, 19 de setembro de 2010

O RIO POTENGI


Vem de Cerro Corá, serpenteando,
O Rio Potengi, belo e garboso,
Entre rochas e mangues, ruidoso,
Com águas claras, vento forte ou brando.

Ah! Bravo sertanejo alimentando
Famílias, plantas, aves, mui honroso
Do teu destino azul e piedoso,
Das brancas velas calmas navegando.

Nobre Rio que enlaça a minha infância,
O norte e o sul da Terra Potiguar,
Inda conta ao estrangeiro tua história.

Acalma a nossa dor, a nossa ânsia,
Em tua rede aquosa a recordar
Um passado de luz, combate e glória.