Devias ver o meu olhar perdido,
Os lábios ressequidos, tão sem gosto;
Meu coração em prantos, muito exposto,
Neste corpo febril, enfraquecido.
Devias ver as rugas no meu rosto,
Este jeito tristonho, assaz sentido;
Perfil de um homem já envelhecido
Por inúmeras luzes do sol posto.
Tudo mudou, eu sinto, em pena tanta,
Que o silêncio me envolve e então me espanta,
Na orfandade cruel da nossa sorte.
Devias ver grisalhos meus cabelos,
Saber que, por amor, os meus desvelos
Serão por ti até a hora da morte.
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