Encontro, em velho livro adormecido,
Nosso retrato antigo, descorado.
Pensando, me pergunto estupefato:
Foste o amor grandioso adquirido?
Quem eras tu? Quem era eu de fato?
Eras tolerante; eu, o obstinado,
- Vênus e Marte - vidas lado a lado,
E que ao rigor do tempo, revolvido.
Hoje eu não sou eu, nem tu és aquela,
Perdemo-nos no tempo, na procela,
Resta um jarro de flores como ornato.
O homem muda no passar do tempo;
A chuva, o sol, o amor e o contratempo
Transmudam a nossa vida qual retrato.
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