sexta-feira, 23 de abril de 2010

DORME COMIGO A MORTE


Dorme comigo a morte e acorda cedo,
Como se fora a amante preferida.
Faz promessa de amor, conta o segredo
De um eterno descanso em sua guarida.

E me oferta uma vida noutra vida,
Afirma revelar-me todo o enredo.
Brinca de esconde-esconde e, na corrida,
Tenta espantar a angústia, a dor e o medo.

Fique tranquila, eu digo: - Não me iluda.
Que me importam conselhos, tua ajuda?
Não tente me enganar como a um menino.

Deita comigo e embale, então, meu sono,
Estou livre e sereno em meu outono,
A última estação do meu destino.

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