Tempo não cura o amor; este adormece
Entre brancos lençóis a descansar.
Ah! Criança febril que se amornece
E com as lembranças tenta se curar!
Finge dormir o amor; finge que esquece
Da face, dos cabelos e do olhar;
Do perfil e colar que resplandece
A pele clara e o seio a palpitar.
Enquanto dorme o amor, tudo se acalma;
A dor profunda que amordaça a alma,
Sob brancos lençóis já se encoberta;
Basta um beijo fugaz, basta um perfume,
Na escuridão do abismo, basta o lume,
Que na ilusão da luz, ele desperta!
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