quarta-feira, 12 de maio de 2010

O MENINO E A ROSA


Desce o menino rápido a ladeira,
Mancando com o pé todo enfaixado;
Roupa suja, cabelo desgrenhado,
Segue a queimar na lida sua fogueira.

Uma rosa na mão, determinado,
Tenta sobreviver à sua maneira.
Na areia quente, qual uma lareira,
Segue pé ante pé, desamparado.

Sob o sol do nordeste que, escaldante,
Queima a infância do pobre caminhante,
O que ele escreverá em seu destino?

Ah! Injusto e cruel cotidiano,
Pergunto aos céus, ao todo soberano,
Quem mais frágil: a rosa ou o menino?

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