Desce o menino rápido a ladeira,
Mancando com o pé todo enfaixado;
Roupa suja, cabelo desgrenhado,
Segue a queimar na lida sua fogueira.
Uma rosa na mão, determinado,
Tenta sobreviver à sua maneira.
Na areia quente, qual uma lareira,
Segue pé ante pé, desamparado.
Sob o sol do nordeste que, escaldante,
Queima a infância do pobre caminhante,
O que ele escreverá em seu destino?
Ah! Injusto e cruel cotidiano,
Pergunto aos céus, ao todo soberano,
Quem mais frágil: a rosa ou o menino?
Nenhum comentário:
Postar um comentário