Hoje faz parte do meu corpo a máquina,
A depurar o sangue em minha veia.
Faz no meu corpo inteiro uma odisseia
A remover a ureia e creatinina.
Eu, enredado, dentro de uma teia,
Para não gelar o sangue heparina.
Use-a doutor, na veia e na artéria:
Seja banhada pela cloramina.
Ó máquina que iguala o pobre e o rico,
O branco o negro o alegre e o pudico
Conformemo-nos sempre com a desdita!
Enquanto se procura um transplante,
Que sejas tu ó máquina a amante,
Enquanto a alma cala e o corpo grita!
Assim é o poeta: consegue extrair a beleza de algo ruim, transformando a dor em obra de arte. Parabéns por este belo poema!
ResponderExcluirAmei!
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