sábado, 30 de outubro de 2010

O CIPRESTE


Sou só e calmo qual cipreste esguio,
Que se balança à noite ao som do vento.
Na borrasca da vida, eu no relento
Sofro intenso calor e o oposto frio.

E canto livre como canta o rio
A desaguar no mar, claro ou cinzento.
Sou só e cônscio, este é o meu feitio
Ao pé da estrada, em pleno esquecimento.

Ouço a canção do vento em noites claras;
O murmurar das ânsias do humano;
As promessas de amor e as juras raras.

E tudo cansa nessa diretriz.
À minha sombra, abrigo o cotidiano,
Na luta intensa para ser feliz.

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