Meu coração um tanto lusitano,
Brasileiro da gema, atordoado,
Bate em meu peito alegre e soberano,
Estala na garganta em triste fado.
Meu coração, eterno inconformado
Com a escravidão imposta ao africano.
Às vezes mui devoto ou mui profano,
Vendo o índio no lar desbaratado.
A cada instante, um “eu” minha alma aflora,
Às vezes, noite escura; outras, aurora;
Às vezes, sou profundo ou pueril.
Às vezes, sou faminto ou bonançoso,
Sou desespero, sou esperançoso,
Meu coração retrato do Brasil.