quinta-feira, 3 de junho de 2010

O PREÇO


Ouço passos distantes do passado
Que, mesmo no clarão de um belo dia,
Fazem pensar no que já foi pensado,
Apagam chama que há tanto ardia.

Ouço estes passos sempre, nostalgia,
É triste rastro, enfim, por mim traçado;
Família, amigo, amor, tempo dourado,
Ausentes todos, tornam ao meu dia.

E minha casa sempre está repleta
De vultos, de perfume e de adereço.
Às vezes choro e rio; pra ser franco,

Mesmo vazia, a casa está completa.
Eis o preço das rugas, este é o preço
Que o tempo cobra ao meu cabelo branco!

Nenhum comentário:

Postar um comentário