sábado, 16 de janeiro de 2010

O MEDO


Tu queres navegar em altos mares,
Nesta jangada tosca, apodrecida?
Parte já, sem pensares na partida,
Busca altas ondas, vai noutros lugares.

Precisas do perfume de outros ares?
Enfrenta o dia e a noite. Em tua corrida,
Nada é constante e eterno, se provares
Da novidade que oferece a vida.

De nada vale a vida estagnada.
Desperta! Pega a tua jangada cedo
E, para não fugir ao bom combate,

Vai! Na primeira luz da madrugada,
Liberta-te do monstro que é o medo,
Muito antes que ele aumente e, então, te mate.

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