- Quem são estes escravos da miséria
Que à tênue luz da noite gritam ais?
- Pais de famílias que, na longa esteira
Do desemprego, já não sonham mais.
- Quem são estes que vivem sós à beira
Das calçadas, sem nomes ou anais?
- É o sangue que circula nas artérias
Frouxas; barco perdido, sem um cais.
São camponeses que, de tanta espera
Pelas máquinas, chuvas e reformas
Vêm tentar na cidade novas eras.
E da boca da noite ouvem-se gritos.
Pelos becos escuros estas formas
Só esperam milagres do infinito
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