Repara o poente que no céu crepita,
Numa fúlgida luz, tremeluzente,
Repara as praias que este mar agita
Em um fluxo e refluxo, permanente.
A dor no coração, assim, habita
A ceifar ilusões de um pobre crente.
Homem, poente, mar, a dor palpita,
Grande mistério que se faz presente.
Qual a origem do primeiro poente,
Ou do primeiro e grave desencanto:
Qual o motivo estar o deus ausente?
Veio a segunda dor, veio a terceira
Seguidas em fileira, com seu pranto,
Todas as dores cópias da primeira.
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