Já é noite e alto soa o campanário!
Na escuridão, apenas as falenas
Brincando em revoadas, às dezenas.
Há mãos angelicais sobre o sudário.
Ouço passos vorazes das hienas,
À luz de um sol ausente, involuntário:
É noite, e simplesmente o argentário,
Guarda réstias de pratas, obscenas.
Na penumbra, resguardo-me em couraça
Dos espetros noturnos, embuçados,
A todos conduzindo para a cruz.
É noite! dobram sinos à ameaça,
Só restando cantar os nossos fados
Nas ânsias de uma lâmina de luz.
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