Menina cega que encontrei um dia
sobre as calçadas quentes, nordestinas;
Menina - diferente das meninas -,
Espectro sem luz, sem alegria.
Por que, menina cega, me pediste
Falar do Sul, esbelto e fluorescente,
Ao se aguçar em teu fatal poente
A derrocada de teus dias tristes?
Menina cega, se te encontro um dia,
Quantas coisas da vida eu falaria,
Mais ainda de teu olhar profundo!
Suportarias bem a cruz que levas;
Já não dirias mais: "Ah, tudo é trevas!",
Pois todos somos cegos neste mundo!
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